OBSERVADOR DA QUALIDADE

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QUANDO FALTA CONCORRÊNCIA

Fazia tempo que eu não viajava de ônibus. Outro dia fui de Curitiba a Florianópolis. Lamentavelmente, senti como ainda é pequena a deferência dedicada a quem viaja de ônibus. O descaso começa já na compra da passagem. No guichê da companhia, nenhum sorriso, nenhuma amabilidade. Só aquele semblante sisudo, carregado, palavras emitidas num tom que, se não chega a ser ríspido, não traz nenhum traço de simpatia. “Cara feia” mesmo. Devem pensar que “é muito bom trabalhar nesta rodoviária, mas seria melhor se não existissem esses passageiros pra atrapalhar o nosso serviço”. Em seguida, coisa semelhante na lanchonete da rodoviária. As garçonetes também dão a impressão de avaliar os passageiros como gente de segunda classe. No caixa, pedi um café puro. Serviram-me com leite. Educadamente, pedi que trocassem. Levei uma bronca da atendente. Asperamente, falou que não bastava eu ter falado lá no caixa, devia ter dito também no momento da entrega do papelzinho pra ela... Pedi desculpas, devo ter faltado nesse dia do treinamento... Depois, já dentro do ônibus, agora fazem algo parecido com o que acontece nos aviões. Antes da saída, um sujeito lá na frente dá orientações aos passageiros. Primeiro disse “bom dia a todos”. E foi a única coisa agradável que falou. Depois foi só “é proibido isso, é proibido aquilo, é obrigatório isso, é obrigatório aquilo...” Nenhum “sejam bem-vindos”, nem um simples “desejamos boa viagem”. Dizer “obrigado por escolher nossa companhia” então, nem pensar. Bem, isto eles nem precisam dizer, afinal eu não tinha alternativa mesmo. As empresas de ônibus repartiram o país entre si e cada uma detém a sua reserva de mercado, num monopólio privado odioso, como tantos outros que existem por aqui e sobre o quais ainda não ouvi nenhum comentário desses sacerdotes da economia de mercado. Devem estar muito ocupados falando mal do governo. E também, nunca devem ter andado de ônibus. No Brasil é claro.

Mas a culpa é dos atendentes da rodoviária, ou das garçonetes? Não, evidentemente. Geralmente o “buraco é mais em cima”. Mas, nem tudo está perdido...