NÃO EXISTE HORA OU DATA MARCADA PARA BUSCARMOS NOSSOS SONHOS

(MAS, NÃO TIRE OS PÉS NO CHÃO...)

 

 Parece que além da minha mãe, alguém mais anda lendo esta coluna. Na edição de 12 de maio de 2006 do jornal Ótimo de Canoinhas, o colunista Lourival Ramos (“Buscando a Verdade”, página 4), num texto muito bem escrito, comenta o que escrevi em 5 de maio de 2006 a respeito de um comercial da Coca-Cola, veiculado à exaustão na TV. A peça de publicidade recomenda, entre outras coisas, aplausos para quem “larga o curso de direito no quinto ano, pra fazer veterinária”.

Disse eu na ocasião, que isso era uma “burrice”. Lourival Ramos discorda, ainda que parcialmente. Parafraseando minha nota, afirma acreditar que, “a qualquer momento, podemos escolher o tempo mais ADEQUADO para fazer algo, sem sermos burros”. Quem se der ao trabalho de reler com cuidado o meu texto, vai perguntar: então, onde está a discordância?

Longe de mim querer polemizar. Até por que todos têm direito à opinião. Mas, aparentemente não fui compreendido.  Ao contrário do Lourival, não vi nada na minha coluna daquele dia que signifique desvalorização do “SER”. Havia, sim, o fato implícito de que um veterinário, que também seja advogado, vai TER isso sim, POSSE do bem mais valioso que pode nos pertencer, algo que ninguém nos toma, que é conhecimento, informação. E, no caso, tudo legitimado pela formação acadêmica.

Não conheço Lourival Ramos. Suponho que seja jovem ainda. E como a maioria dos moços de hoje, deve ter pressa em “ser feliz”. Aliás, é justamente o que bombardeia diuturnamente na mídia a filosofia consumista/hedonista que predomina hoje no mundo. Não é outra senão esta - nas palavras do próprio Lourival Ramos - a “ideologia materialista da sociedade”: Seja feliz AGORA! Não importo como, nem a que custo... E não se percebe que, muitas vezes, esse açodamento na busca do prazer imediato, faz com que, na verdade, se esteja atrasando a vida, por causa de, digamos assim, tá bom, vá lá, um equívoco (melhor do que “burrice”?) na escolha do “tempo mais adequado”... Tanto quanto Qualidade, Felicidade que se sustente ao longo do tempo não se consegue no curto prazo. 

Agir como sugerido no mencionado comercial de televisão, seria fazer como um atleta que, ao disputar a Maratona Internacional de São Paulo que acontece neste final de semana, venha a desistir nos últimos metros antes da chegada, ao descobrir, no final da prova, que sua vocação, na verdade, é para o jogo de xadrez...  Seria esta atitude ADEQUADA?