O CORPORATIVISMO, A TECNOLOGIA E O ATRASO

Ainda sobre a questão da segurança, dois fatos também me chamaram a atenção:

1) Bastou uma autoridade fluminense aludir à participação de advogados quando mencionou que bandidos comandam o crime de dentro dos presídios, mandando e recebendo recados por meio de celulares e visitas, para que o presidente da OAB nacional viesse a público, indignado, rebater dizendo que estavam querendo restringir as prerrogativas dos advogados. Pois é, já temos os jornalistas, que se encrespam à mínima crítica que recebem, classificando qualquer reparo à sua atuação como tentativa de volta da censura. Então estamos combinados: os advogados, assim como os jornalistas, estão acima do bem e do mal. Que saudades de Raymundo Faoro...

2) Também estranha é essa questão dos telefones celulares. Certos setores se jactam da tecnologia alcançada por estes aparelhos, que fazem de tudo. Serviço ruim e caro, tá certo. Mas tiram fotos, filmam, conectam-se à internet, também possuem a função GPS. Dizem que logo vão secar o cabelo e podar a grama.  Alguns até servem para fazer e receber ligações telefônicas. Mas não há quem consiga estabelecer o bloqueio do sinal em áreas restritas, como nas cercanias dos presídios. Que raios de tecnologia avançada é essa?

Outra coisa: quando a gente adquire um celular, fazem um cadastro com todos os dados do comprador. Então alguém poderia me explicar como é que dá pra utilizar celulares para cometer crimes, sem que ninguém consiga descobrir o dono do equipamento?  Já sei: alguém vai me dizer que não há controle sobre os caminhos percorridos depois que o celular (na verdade, o chip) sai da loja. Bem, se for isso, então já não está mais do que na hora de haver algum tipo de monitoramento?