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Monografia 2.1
Estágios
do Processo Evolutivo em Busca da Qualidade
LOBOS (1993) identifica quatro estágios no
processo evolutivo de uma Organização, na direção de alcançar Qualidade em
Serviços: Primeira
Fase: O PRIMITIVISMO: ·
Não
existe preocupação sistemática com o assunto, o qual a Organização trata
mais como um modismo. ·
Obtenção
de algum êxito, aqui e ali, de forma totalmente aleatória. ·
Não há
entendimento de Cliente Interno e pouco se sabe sobre o Cliente Externo. ·
Os critérios
que norteiam a escolha dos Fornecedores são basicamente preço e confiabilidade
na entrega. ·
O uso do
“benchmarking” é considerado antiético ou, simplesmente, uma bobagem. ·
Pela
intangibilidade do seu produto, consideram desnecessário – e até impossível
– efetuar qualquer medição, ou seja, estabelecer indicadores de desempenho e
compara-los com resultados. ·
A
informatização tem como objetivo principal a redução dos custos e da
burocracia interna. ·
“Resultado”
é confundido com meta gerencial e/ou orçamentária. ·
Os
colaboradores não se sentem responsáveis pela Qualidade dos Serviços e não
percebem na Organização preocupação com a satisfação dos Clientes,
Internos e Externos. ·
O que faz
a Organização avançar para o estágio seguinte é o medo da perda de mercado
e a percepção do desempenho de outras empresas. Segunda
Fase: A INICIAÇÃO ·
A
Organização adquire literatura sobre Qualidade nos Serviços, contrata
consultoria e estabelece cronograma de atividades que é cumprido na medida do
possível, isto é, se os serviços do dia a dia permitirem. ·
Alguns
dirigentes se reúnem e redigem uma “Missão” para a empresa, da qual ninguém,
exceto a diretoria, fica sabendo. ·
Parte dos
dirigentes e o pessoal do Marketing realizam algumas visitas e encontros com
Clientes e Fornecedores. ·
Os
colaboradores que lidam diretamente com os Clientes já são chamados a dar
algumas sugestões. ·
É
constituído um grupo de pessoas para averiguar a atuação dos concorrentes.
Mas não se sabe o que fazer com as informações colhidas. ·
Os
Fornecedores são avisados de que a empresa pretende implantar “em breve” um
processo de certificação, sobre o qual ainda não se tem muita informação. ·
Embora já
se comece enxergar “resultados” como algo mais do que meramente cumprir
metas gerenciais e/ou orçamentárias, os negócios e o processo de Qualidade
dos Serviços ainda são tratados separadamente e a tecnologia prossegue sendo
vista, sobretudo, como instrumento de redução de custos. ·
Sucedem-se
palestras e mais palestras sobre o assunto, tendo como alvo os colaboradores. ·
Eventualmente,
ocorrem algumas premiações, amplamente divulgadas, quando alguém tem alguma
iniciativa de sucesso no campo da Qualidade em Serviços.
·
Os
dirigentes começam a, verdadeiramente, perceber a utilidade do processo. ·
O medo de
ser ultrapassada pela concorrência ainda está presente. Este sentimento,
aliado à percepção dos primeiros resultados – ainda tímidos – e ao fato
de que já há demasiado envolvimento de todos os integrantes da empresa, faz
com que se passe para o estágio seguinte.
Terceira
Fase: A CONSOLIDAÇÃO ·
A “Missão”,
complementada por outras políticas acerca de Qualidade em Serviços (Qualidade
de Vida, Valorização do Cliente, parceria com Fornecedores) é largamente
difundida em toda a Organização. ·
Realizam-se,
sistematicamente, pesquisas de satisfação, consultando-se tanto os Clientes
Externos como agora também os Clientes Internos. ·
Prosseguem
as visitas e reuniões iniciadas na segunda fase, mas ainda desorganizadamente. ·
O
“benchmarking” começa a ser posto em prática em sua plenitude. ·
Na criação
de novos produtos, a questão da “competitividade” passa ser também
considerada. ·
Reduz-se
a quantidade de Fornecedores, que, antes de “preço”, precisam atender a
outras especificações. Pondera-se sobre a necessidade de os Fornecedores
adotarem um Programa de Qualidade Total. ·
Os negócios
recebem a influência dos objetivos almejados na esfera da Qualidade dos Serviços.
As avaliações de desempenho consideram também a opinião dos Clientes
Internos do avaliado. ·
Cada vez
mais tarefas são controladas pelos próprios executores, que aferem o índice
de satisfação dos Clientes Internos e Externos, sem ainda, no entanto, haver
perfeita conexão entre as duas ações. ·
A
informatização passa a visar a satisfação dos Clientes, que são
esclarecidos sobre o benefício e o uso da tecnologia. ·
O
treinamento passa a levar em conta as peculiaridades da Qualidade em Serviços.
E são criadas normas claras sobre premiação às ações que trouxerem benefícios
concretos para a Organização. ·
Há
ganhos econômicos crescentes, oriundos do esforço pela Qualidade em Serviços.
Os Clientes enaltecem a performance da Empresa. Os dirigentes recebem convites
para proferir palestras sobre o assunto. Aparentemente está tudo bem. ·
Entretanto,
há consciência dos malefícios da acomodação. E é essa percepção que move
a Organização para a próxima e última fase. Quarta Fase: A SUBLIMAÇÃO ·
A
Qualidade em Serviços é conhecida, entendida e acreditada pela maioria dos
integrantes da Organização. ·
As ações
são pró-ativas, antecipando-se às expectativas dos Clientes, Internos e
Externos, atitude resultante de pesquisas constantes. ·
A forte
utilização do “benchmarking” e a participação dos Fornecedores na
formulação tornam os produtos/serviços altamente competitivos. ·
Estratégia
de Negócios e Programa de Qualidade em Serviços constituem uma única proposta
de ação, aceita por todos como perfeitamente executável. ·
A
programação da tecnologia considera, não só os interesses da Organização,
como também a satisfação dos Clientes. ·
Os salários
são competitivos e há ampla possibilidade de ascensão profissional. ·
Pouquíssimas
Organizações são citadas pelas publicações especializadas como tendo
atingido este estágio, que é considerado utopia. Há até quem duvide de que
alguma empresa tenha conseguido. Nota:
Benchmarking é uma expressão em inglês que significa “ponto de referência”
ou “unidade-padrão” (SANDRONI, 1999). De acordo com LOBOS (1993), “é um
processo de comparação sistemática de produtos ou serviços com os oferecidos
pela concorrência ou por empresas tidas como excelentes em algo determinado. O
propósito é o de incorporar o que os outros estão fazendo de melhor”. |