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Monografia CONCLUSÃO Após percorrermos os caminhos da bibliografia
existente sobre Atendimento no setor de Serviços - assim como exercitarmos a
nossa própria observação enquanto Clientes - podemos afirmar que, guardadas
algumas peculiaridades, a Qualidade do Atendimento pode ser tratada, no setor
terciário (Serviços), de forma muito semelhante ao setor secundário (Indústria).
A diferença mais marcante – e a maior dificuldade - reside no fato de que, na
área industrial o assunto já está mais do que arraigado, sequer sendo
considerado como diferencial competitivo, mas já como algo inerente aos
processos, sem o qual nenhuma organização sobrevive. Enquanto isso, no setor
de Serviços, a matéria ainda engatinha, principalmente porque os Clientes não
têm, no que concerne à Qualidade Total, um comportamento de exigência como
demonstram os do setor industrial. O avanço mais significativo nos últimos
tempos se deu no campo da legislação, com o Código do Consumidor, que levou
as pessoas a se tornarem mais cientes de seus direitos. De qualquer modo, é bom
que a excelência no atendimento aos Clientes seja resultado mais de uma cultura
estabelecida entre as pessoas - tomadoras e prestadoras de Serviços – e menos
de qualquer imposição legal. Afinal, o Código de Defesa do Consumidor revelou
a sua extrema fragilidade com a recente tentativa do governo federal em modificá-lo
para impedir sua utilização contra medidas baixadas para reduzir o uso de
energia elétrica. O intento só não foi conseguido devido a uma vigorosa reação
da sociedade, com a qual nem sempre se pode contar. Quando o que está em questão é pura e
simplesmente a forma com que são tratados, os Clientes ainda se submetem e
aceitam como normais as mais diversas formas de mau atendimento. Deixam de
reclamar por comodismo ou vergonha, preferindo, no máximo e se possível, mudar
de fornecedor. A maioria receia ser incluída na categoria dos “chatos”. Aliás,
é essa denominação pejorativa que é imputada por boa parte dos prestadores
de Serviços aos Clientes que ousam reclamar por um bom atendimento. Mesmo
quando incitados pelo próprio fornecedor dos Serviços, a manifestar-se através
de pesquisas de satisfação, grande parte dos Clientes se esquiva de responder,
sob as mais diversas alegações, como pudemos constatar pelas dificuldades
encontradas na realização da pesquisa junto aos clientes do Banco do Brasil
S.A. A implantação de qualquer programa de
Qualidade exige profundas mudanças de comportamento. No setor de Serviços essa
mudança se faz ainda mais necessária, porque não há como separar o produto
do seu executor, em razão de que o “consumo” do serviço é efetivado no
mesmo instante da sua “produção”. A participação humana, nesta área, é
de importância muito mais decisiva do que nos outros setores da economia, fato
que não é percebido por muitas empresas, que alocam para atendimento ao público,
funcionários despreparados para o mister. Este despreparo é conseqüência de
uma equivocada visão de curto prazo, não obstante as Organizações terem em
seus objetivos a perpetuação do negócio. O atendimento telefônico é, muitas vezes, o
ponto fraco da empresas prestadoras de serviços, que não lhe dão a importância
devida, fazendo com que a perda de clientes ocorra por esta causa, sem que os
dirigentes se dêem conta disso. Consideramos de extraordinária utilidade e
integralmente aplicáveis, os conceitos que explicitam a Qualidade em Serviços
em três fatores: Desempenho, Atendimento e Custo, bem como suas subdivisões
(Dimensões), que propiciam, inclusive, a identificação de Indicadores de
Qualidade para serem comparados com Padrões de Desempenho.
Quanto aos resultados da pesquisa de campo,
devemos ressaltar algumas constatações. Percebe-se que os dois itens aos quais
é conferida maior consideração são Eficiência
(“conseguem solucionar os meus problemas”) e Segurança (“guardam aspectos confidenciais e sigilosos”) que
receberam a média 4,79 de um máximo de 5,00 (Muito Importante). Nestes dois
quesitos, os clientes da agência pesquisada indicaram o nível de Satisfação
dando notas 3,88 e 4,45 respectivamente. Portanto, no item Eficiência, os Clientes estão dizendo que atribuem alta importância
ao requisito, mas a Satisfação percebida não alcança o nível 4,00
(Satisfeito). Já a nota atribuída ao item Segurança
(juntamente com Divulgação) foi a
maior recebida pela agência na avaliação da Satisfação dos Clientes. Por
outro lado, na avaliação da Satisfação, o conceito mais baixo foi o
consignado ao requisito Assistência Pós-Venda
(“acompanham e avaliam periodicamente os resultados dos serviços”) que
recebeu média 3,50. No Bloco Serviços, nenhum requisito atingiu a
média 4,00 (Satisfeito), na avaliação da Satisfação dos Clientes. Detecta-se algum desperdício de esforços e
recursos nos quesitos Divulgação
(“o nome do Banco e seus serviços são bem conhecidos”) e Prestígio (“têm ótimo conceito na praça”), uma vez que os
Clientes consultados apontam uma Performance mais elevada do que a Importância
que conferem a estes dois tópicos. As respostas dos Clientes quanto à Satisfação
relativa aos requisitos Eficiência, Assistência
Pós-Venda e a todo o Bloco Serviços,
nos sugerem recomendar especial atenção à agência bancária pesquisada. |