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Monografia 6.4 Atendimento Bancário e Filas Durante
o 2º Seminário sobre atendimento Bancário, realizado em 19.05.2000, foram
discutidos vários temas, em destaque, a melhoria do atendimento e da qualidade
dos serviços bancários. O
Presidente da Federação Brasileira das Associações de Bancos - FEBRABAN,
Roberto Setúbal, fez um pronunciamento, cujos principais pontos destacamos a
seguir. O
banqueiro disse que o setor bancário tem características que devem ser
consideradas quando analisamos a questão do atendimento. Os bancos prestam
serviços em volumes provavelmente muito superiores aos demais setores. São 14
bilhões de transações realizadas em 1999 por meio de 97 mil equipamentos e
400 mil funcionários distribuídos em 35 mil dependências por todo o País.
Com esses recursos humanos e tecnológicos, os bancos atendem a mais de 50 milhões
de Clientes e a algumas dezenas de milhões de usuários não Clientes. Nos
últimos cinco anos, o número de contas bancárias aumentou 28%, saltando de 39
milhões para 50 milhões. Nesse período, contudo, os volume anual de
recebimentos de contas, com as de telefones, por exemplo, cresceu 117,9%,
passando de 148 milhões para 324 milhões. Desse total apenas 29,6% efetuam
pagamentos por débito automático. Os 70,4% restantes vão às agências apenas
para pagar contas de serviços porque não têm outra opção, com exceção das
lotéricas conveniadas com a Caixa Econômica Federal. Grande parte das filas que se formam nas agências
bancárias é composta dos consumidores das concessionárias que vão às agências
apenas pagar contas de serviços de energia elétrica, saneamento, telefonia e gás.
Apenas em janeiro último foram 19 milhões de consumidores de serviços de
telefonia que pagaram essas contas nos caixas bancários. Roberto Setúbal declara que o recebimento
dessas contas por funcionários, nos guichês das agências, compromete a prestação
de serviços bancários e representa hoje um serviço deficitário para os
bancos. Segundo Setúbal, a solução
para o problema de atendimento dos Clientes das concessionárias é de
responsabilidade dessas empresas, na sua maioria empresas privadas. As
concessionárias devem oferecer soluções para facilitar a vida de seus
consumidores, especialmente por intermédio de convênios com outros
estabelecimentos comerciais, como lotéricas, farmácias, supermercados,
correios, postos de gasolinas etc., abrindo novas opções para pagamento dessas
contas. O presidente da FEBRABAN garante que os bancos
têm feito um enorme esforço para melhorar o atendimento a seus Clientes.
Somente em 1999, patrocinaram 955 mil eventos de treinamento para seus 400 mil
funcionários e investiram R$ 2,5 bilhões em tecnologia, especialmente em
equipamentos de auto-atendimento e sistemas que permitem fazer operações de
casa e do escritório por telefones e computadores, sem necessidade de ir às agências.
Entretanto, prossegue Roberto Setúbal, por mais que tenham feito, a solução
do atendimento para esses serviços depende muito pouco dos bancos. As
tecnologias que permitem o débito automático dessas contas, o seu pagamento
por telefone ou nos equipamentos de auto-atendimento, eliminando a necessidade
de ir à agência e reduzindo filas, não alcançam a parcela da população que
não possui conta em banco. A FEBRABAN vem mantendo contatos com
representantes das concessionárias, alertando para essa questão, pois, no
futuro, tenderão a se concentrar na prestação de serviços financeiros,
evitando comprometer a qualidade de atendimento aos seus Clientes com serviços
de arrecadação que, de acordo com ela, nem geram receitas suficientes para
cobrir seus próprios custos. Assim, é provável que alguns bancos, em futuro
próximo, deixem de receber contas de concessionárias em seus guichês,
mantendo apenas o serviço por meio de débito automático. Ao procederem dessa
forma, têm a intenção de tornar menores e mais aceitáveis as filas nas agências,
oferecendo aos Clientes bancários uma qualidade de atendimento bem mais
satisfatória. Roberto Setúbal alega que os grandes volumes
de serviços prestados fazem com que, mesmo que os bancos tenham o mais alto nível
de qualidade entre todos os setores da economia, dificilmente o setor deixará
de estar no ranking dos PROCONS divulgados mensalmente pela imprensa. Isso
porque esses indicadores destacariam apenas volumes de reclamações em termos
absolutos, sem considerar a quantidade de serviços prestados ou a dimensão do
universo de Clientes e não Clientes atendidos. O presidente da FEBRABAN
reivindica um ranking de qualidade que
considere os menores percentuais de reclamações por volumes de atendimento e
de serviços prestados - lembrando que os bancos efetuam mais de 14 bilhões de
transações anuais. Afirma que assim os bancos provavelmente ocupariam as
primeiras posições. Roberto Setúbal aborda outra questão
importante em função da rápida evolução da economia digital: é a fraude
eletrônica, muito mais notada e noticiada, embora ocorrendo em número bem
menor do que as fraudes realizadas com os sistemas tradicionais de pagamento
como o cheque e o dinheiro, exatamente porque constitui novidade. Assevera que
os pagamentos com cartão são muito mais seguros tanto para quem paga, quanto
para quem recebe, eliminando a necessidade de transporte de dinheiro para ambos.
Segundo Setúbal, as instituições
financeiras estão investindo muito em segurança no ambiente virtual, que por
suas características, são pouco visíveis e os Clientes raramente os percebem
ou avaliam sua importância. A maioria dos Clientes também só agora está
descobrindo que a segurança no ambiente da Internet não depende só dos
bancos, mas de concessionárias de serviços de telecomunicações, de
provedores, da adoção de programas atualizados antivírus e contra invasores e
dos procedimentos que adotam ao navegar na rede mundial. Roberto Setúbal defende a idéia de que a
solução exige providências de todos, pois, na sociedade digital, cada vez
mais interligada, os usuários têm a facilidade do acesso aos serviços de casa
ou escritório, mas, em contrapartida, devem-se manter informados e adotar
procedimentos especiais de segurança e investir com essa finalidade. Precisam,
sobretudo, ter consciência de que a obtenção de sua senha por invasores eletrônicos
significa praticamente um cheque assinado em branco. Nesse ambiente, cada
participante tem sua parcela de responsabilidade pela segurança, sejam bancos,
demais empresas que atuam no comércio pela internet ou Clientes. Roberto Setúbal prosseguiu dizendo que o
atendimento e as rotinas bancárias são permanentemente aperfeiçoados com o
acompanhamento atento das reclamações. Acrescenta que os bancos têm mantido
canais abertos e permanentes com seus Clientes para esclarecer dúvidas e
solucionar questões que apresentam, com a máxima agilidade. As instituições
financeiras sabem que o atendimento e os serviços bancários devem ser
permanentemente aperfeiçoados e têm procurado ser ágeis na correção de
falhas e na oferta de padrões cada vez melhores de qualidade, disse o dirigente
da FEBRABAN. A competição no setor bancário se
intensificou nos últimos anos, especialmente com a entrada dos grandes bancos
internacionais no mercado de varejo. Nesse ambiente, a sobrevivência das
empresas do setor depende cada vez mais intensamente de elevados padrões de
qualidade, além de tarifas e taxas de juros menores, finalizou Roberto Setúbal
(FEBRABAN, 2001). |