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Monografia 3.4
A
Janela do Cliente
LOBOS
(1993) apresenta uma ferramenta de medição da Qualidade em Serviços,
representada pela matriz a seguir (Figura 2), formada pela comparação de duas
variáveis: importância relativa e performance atribuídas ao Serviço pelo
Cliente. Evidentemente, para a utilização desse instrumento, é necessário
estar ouvindo permanentemente os Clientes.
Ao
se interpretar a Figura 2 percebe-se que a única posição desejável é a que
se verifica no quadrante B, pois, no caso, se está satisfazendo os Clientes nos
Serviços aos quais eles mais atribuem importância. Já o quadrante A nos
alerta para o perigo iminente da perda de Clientes: Serviço altamente
importante para o tomador, que não está satisfeito com o que recebe. Quanto às demais situações, têm-se o seguinte: no quadrante D há um
Serviço muito qualificado, provavelmente com altos custos, mas que o Cliente não
faz questão dele. No quadrante C, o Serviço, embora não faça falta ao
Cliente, é classificado como ruim. O quadrante B enseja uma política de retenção
dos Clientes que se encontram naquela situação. O quadrante A carece de ação
urgente para correção de rumos, enquanto que a análise dos quadrantes C e D
pode sugerir a supressão do fornecimento daqueles serviços. É possível a utilização de uma janela por
Cliente e por Serviço, registrando-se dados sobre os Fatores da Qualidade em
Serviços (Desempenho, Atendimento e Custos) ou sobre as Dimensões da Qualidade
em Serviços, como, por exemplo, Disposição para Servir, Rapidez, Segurança. Para a construção da Janela do Cliente,
LOBOS (1993) recomenda o roteiro a seguir: ·
Identificar
o propósito do projeto e os benefícios da utilização da ferramenta. Pedir
ajuda aos Clientes para a confecção da Janela. ·
Identificar
os Clientes, os segmentos que terão prioridade e a forma de acesso. ·
Identificar
o que se quer medir e as Dimensões da Qualidade que estarão em pauta. ·
Elaborar
entrevista ou questionário para ouvir o Cliente. ·
Ao
conduzir a conversa com o Cliente, verificar a validade e a importância das
Dimensões escolhidas, bem como se satisfazem o Cliente entrevistado. ·
Organizar
os dados obtidos na Janela do Cliente. Examinar cuidadosamente as respostas, com
ênfase na concentração de Clientes em cada quadrante. ·
Revisar
os resultados em conjunto com os Clientes. ·
Finalmente,
com base nos resultados, desenvolver um Programa de Melhoria da Qualidade em
Serviços. É necessário consignar que LOBOS (1993)
adverte que a utilização da Janela do Cliente implica em se conhecer
profundamente os conceitos das Dimensões da Qualidade em Serviços. Além
disso, é preciso saber formular metodologia de pesquisa de opinião dos
Clientes, ter habilidade para operacionalizar entrevistas e interpretar
resultados. Outra ressalva a ser feita é a de que, quando
uma medida se encontra quase no limite entre duas especificações, é declarada
“conforme” ou “não conforme” se ultrapassar esse limite. É equivocado
o pressuposto de que tudo que está dentro das especificações é totalmente
correto e o que está fora é absolutamente errado. Não é suficiente ter
clientes meramente satisfeitos. Assim como os insatisfeitos, os clientes
satisfeitos também podem mudar para a concorrência se considerarem que não
perdem nada e que podem até vir a ter algum ganho. Os clientes realmente fiéis
são aqueles chamados “clientes ativos”, que elogiam os produtos e serviços
e trazem outras pessoas para comprar. Estes seriam os clientes “muito
satisfeitos”. O lucro obtido de uma transação com um cliente que volta a
comprar espontaneamente pode equivaler a dez vezes o que se ganha com outro,
“que responde à propaganda ou outros instrumentos de persuasão” (DEMING,
1990). |